Às autoridades competentes e Sociedade Pernambucana: Nós Obstetras plantonistas do Hospital Regional de Palmares comunicamos que estamos trabalhando em condições inapropriadas para desempenharmos as funções básicas que nosso código de ética nos orienta. Trabalhamos em uma escala de plantão totalmente incompleta, atendendo uma quantidade absurda de pacientes, que vem transferidas de todos os lugares do estado, além da demanda espontânea provinda da toda Mata Sul e estados vizinhos como Alagoas. Neste contexto de superlotação, deveríamos ter uma escala de no mínimo 4 Obstetras por plantão, pois assistimos gestantes de Alto e Baixo Risco, ou seja, o Regional de Palmares é um Hospital de Dupla referência, algo inédito no nosso estado. O que acontece na prática é um descaso da direção em tentar repor a escala com novos plantonistas. Em vários dias os plantões contam apenas com dois plantonistas e em alguns com apenas um e já ocorreram vários dias do plantão estar sem nenhum Obstetra. O descaso ainda é maior na comunicação da direção com a central de leitos, muitas vezes com apenas 2 obstetras o plantão é mantido aberto, mesmo sabendo que no dia subsequente não haverão rendeiros suficientes para conduzir as pacientes já internadas. Para completar o HRP, que é administrado por uma OSS Maria Lucinda, adotou a política da Pejotização, dando preferência a contratos via pessoa jurídica, deixando nós plantonistas a mercê de direitos trabalhistas. Para piorar ainda mais o quadro, o pagamento está atrasado há 2 meses. A situação da saúde materno-infantil no nosso estado é alarmante, onde temos duas realidades paralelas: as maternidades pecam em estrutura ou não possuem mão de obra suficiente para funcionar. Precisamos do empenho de toda sociedade, no intuito de emponderarmos esta discussão e lutarmos cada vez mais por um nascer bem. Att: Movimento Nascer Bem e Plantonistas do HRP.
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